Os haletos são compostos químicos que possuem qualquer um dos representantes da família 7A (flúor, cloro, bromo, iodo e astato) com estado de oxidação -1. Sendo que, a reação de síntese dessas espécies pode ser tanto com os halogênios puros (em estado molecular: F2, Cl2) ou com ácidos HX (sendo X o respectivo íon: F-, Cl-). Que, por serem muito eletronegativos, têm facilidade de se ligar até aos gases nobres (como fluoretos de xenônio – XeF2, XeF4, XeF6 – mesmo que por um curto espaço de tempo). 5o5y5g
Haletos Inorgânicos 1x2ka
Neste grupo se encaixam os haletos de hidrogênio (que em meio aquoso se tornam ácidos de Arrhenius, liberando íons H+ e X- - HF, HCl, HI, HBr. Apenas o astato não forma compostos conhecidos, até por que a quantidade existente na crosta terrestre não a de 30 gramas; e os sais inorgânicos (formados pela atração eletrostática entre os ânions mencionados e cátions metálicos. Podendo ser produzidos por reação de neutralização, por exemplo).
- HF(aq) + NaOH(aq) → NaF(aq) + H2O(l)
- 2HI(aq) + Ca(OH)2(aq) → CaI2(aq) + 2H2O(l)
- 2HCl(aq) + Mg(OH)2(aq) → MgCl2(aq) + 2H2O(l)
Os haletos inorgânicos também podem ser exemplificados por complexos metálicos, a exemplo do iodeto de mercúrio II (HgI2) que sob excesso de iodeto (I-) forma o íon tetraiodomercurato (HgI42-), utilizado na determinação qualitativa da amônia (titrimetria de complexação).
Ou ainda, na titrimetria de precipitação, os íons cloreto, brometo e iodeto são determinados através da reação com a prata (formando compostos insolúveis – apenas o fluoreto forma composto solúvel):
- NaCl(aq) + AgNO3(aq) → AgCl(s) + NaNO3(aq)
- KBr(aq) + AgNO3(aq) → AgBr(s) + KNO3(aq)
- KI(aq) + AgNO3(aq) → AgI(s) + KNO3(aq)
Haletos Orgânicos 3r1413
Recebem essa classificação as moléculas orgânicas que possuem átomos de halogênio na sua estrutura (também via fornecimento molecular ou sob forma de HX – geralmente com a substituição de algum átomo de hidrogênio da cadeia, caso seja constituída apenas por ligações simples – cadeia saturada).
A reação de halogenação pode ocorrer com a formação, ou não, de haletos de hidrogênio (ácidos de Arrhenius, caso se encontrem em meio aquoso). Para a previsão de tal característica, deve-se observar a insaturação das ligações da molécula a ser halogenada e a forma na qual o halogênio está disponível: caso esteja sob forma molecular e a cadeia possua pelo menos uma ligação insaturada, não há formação de HX como produto da reação (halogenação por adição); entretanto, se a cadeia for saturada ou for anel benzênico, há formação de HX (halogenação por substituição – de um átomo de halogênio por um de hidrogênio).
Halogenação por adição:
Halogenação por substituição:
Texto originalmente publicado em /quimica/haletos/